Ovnilogia/Ufologia brasileira em pauta internacional: Thiago Luiz Ticchetti é entrevistado por pesquisador britânico
10/04/2019
Procurando montar uma imagem sobre a ovnilogia/ufologia mundial, o pesquisador, palestrante e escritor, Robbie Graham, que também é colunista para o site mysteriousuniverse.org, entrevistou o famoso pesquisador brasileiro de OVNIs, Thiago Luiz Ticchetti:
* Conteúdo da matéria com veracidade
comprovada, de fontes originais fidedignas. (Em se tratando de tese ou
opinião científica, só pode ser garantida a veracidade da declaração da
pessoa envolvida, e não o fato por ela declarado.)
Nascido em 1975, em Santa Cruz, Rio de Janeiro,
Thiago Luiz Ticchetti investigou mais de 30 casos de OVNIs ao longo de
25 anos. Por mais de 10 anos, ele foi uma parte ativa da Entidade
Brasileira de Estudos Extraterrestres (EBE-ET), tornando-se
vice-presidente da organização. Faz parte da Revista UFO desde
1997, onde começou como tradutor voluntário, tornando-se consultor,
coordenador internacional e finalmente co-editor. Atualmente, ele é
responsável pela coluna mensal da revista, “Mundo Ufológico”.
Desde 2019, ocupa o cargo de presidente da Comissão Brasileira de
Ufólogos (CBU). Em 2017, Thiago Luiz foi nomeado Assistente do Diretor
Internacional da Mutual UFO Network (MUFON) no Brasil e pesquisador de campo certificado pelo MUFON. Autor de dezenas de textos para a Revista UFO, publicou nove livros, entre eles: UFO Crashes (2002), Guide to Extraterrestrial Typology (2014) e Unusual World: The Log Book – Part 1 and 2 (2015). Atualmente é colunista da UFO Truth Magazine.
Robin Graham: Quem foram as figuras definidoras da ufologia brasileira nos últimos 70 anos?
Thiago Luiz Ticchetti:
Muitos ufólogos contribuíram positivamente para a pesquisa sobre OVNIs
no Brasil nos últimos 70 anos, mas três em particular vêm à mente: Irene
Granchi, Claudeir Covo e A.J. Gevaerd.
Irene e Claudeir, agora falecidos, praticamente viviam para pesquisas sobre OVNIs. Ambos eram pesquisadores extremamente sérios e usavam a ciência para analisar os casos que investigavam. Eles eram pesquisadores de campo reais. Gevaerd é hoje, na minha opinião, um dos ufólogos mais ativos do mundo. Editor da Revista UFO, uma publicação ativa há mais de 30 anos, ele é um exemplo para todos os ufólogos no Brasil. Sua dedicação e a seriedade com que ele lida com os fenômenos OVNIs fazem com que ele se destaque como um dos maiores de todos os tempos.
RG: O que você considera ser o incidente brasileiro de OVNI mais interessante já registrado, e por quê?Irene e Claudeir, agora falecidos, praticamente viviam para pesquisas sobre OVNIs. Ambos eram pesquisadores extremamente sérios e usavam a ciência para analisar os casos que investigavam. Eles eram pesquisadores de campo reais. Gevaerd é hoje, na minha opinião, um dos ufólogos mais ativos do mundo. Editor da Revista UFO, uma publicação ativa há mais de 30 anos, ele é um exemplo para todos os ufólogos no Brasil. Sua dedicação e a seriedade com que ele lida com os fenômenos OVNIs fazem com que ele se destaque como um dos maiores de todos os tempos.
TLT: Existem muitos. É difícil escolher apenas um. O Brasil é um dos maiores hotspots de OVNIs do mundo. Tivemos a ‘Noite Oficial dos OVNIs‘
em 1986, quando mais de 20 OVNIs foram perseguidos por aeronaves
militares, detectados por testemunhas terrestres e detectados em radares
em várias cidades. Tivemos a ‘Operação Prato‘,
uma investigação secreta da Força Aérea Brasileira em 1977 que foi a
várias cidades do norte do Brasil para investigar estranhos OVNIs que
disparavam raios contra pessoas e sugavam seu sangue, em um evento
conhecido como chupa-chupa. Centenas de fotos , muitas já divulgadas ao
público, foram tiradas, e dezenas de horas de vídeos desses objetos
foram capturados pelos militares. Esses vídeos ainda estão sob sigilo do
governo brasileiro. Mas, sem dúvida, o caso mais famoso e importante no
Brasil foi o ‘Caso Varginha‘,
quando, em 1996, um OVNI caiu na cidade de Varginha, no estado de Minas
Gerais, e sua tripulação foi vista por dezenas de pessoas antes de ser
capturada pelos militares e bombeiros da cidade. O caso tornou-se ainda
mais bizarro devido à morte de um militar por razões ainda não claras,
após seu contato físico com um dos seres extraterrestres.
RG: Qual é a posição oficial do governo brasileiro
sobre os OVNIs? Quando foi a última vez que ele emitiu uma declaração
sobre o assunto?
TLT:
Infelizmente, o governo brasileiro não dá a devida importância ao
assunto. Eles têm outras preocupações mais ‘importantes’. O Brasil tinha
em suas mãos um OVNI caído e sua tripulação extraterrestre e os
entregou aos militares dos EUA.
O governo brasileiro nunca deu nenhuma declaração sobre os OVNIs. Este assunto é tratado pela Força Aérea Brasileira, e foi mencionado pela última vez em 2010, quando o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) emitiu o Relatório 551/GC3, que torna o comando responsável por receber e catalogar as notificações de OVNIs.
RG: O Ministério da Defesa do Brasil tem uma unidade oficial de investigações sobre OVNIs? O governo brasileiro nunca deu nenhuma declaração sobre os OVNIs. Este assunto é tratado pela Força Aérea Brasileira, e foi mencionado pela última vez em 2010, quando o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) emitiu o Relatório 551/GC3, que torna o comando responsável por receber e catalogar as notificações de OVNIs.
TLT:
Não. Como eu disse anteriormente, o governo brasileiro não tem nenhum
interesse explícito na questão. Em 2013, a Comissão Brasileira de
Ufólogos (CUB) reuniu-se com representantes do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica no Ministério da Defesa para solicitar a divulgação de
relatórios de OVNIs ainda sob o sigilo das forças armadas. Saímos com a
promessa de uma nova reunião para definir a criação de um grupo
civil-militar para investigar o fenômeno. Infelizmente essa reunião
nunca ocorreu, já que o governo da então presidente Dilma Rousseff
entrou em colapso, o que levou ao seu impeachment.
TLT:
O governo brasileiro não revela nada, pois não é questionado pela mídia
sobre esse assunto. Quando algo ufológico acontece e ganha proeminência
através da imprensa, o governo fica em silêncio ou desinteressado. As
únicas pessoas que [questionam] o governo na questão dos OVNIs são os
ufólogos, e a resposta, na maioria das vezes, é que não há registro de
tal caso. Temos a nosso favor a Lei de Transparência da Informação, algo
semelhante à FOIA nos EUA, mas ainda não acreditamos que o governo
brasileiro seja honesto em suas respostas. Nós sabemos que o governo
mente.
RG: O Brasil tem uma organização nacional de investigações sobre OVNIS hoje, e quantos grupos menores de OVNIs você conhece?
TLT:
Sim, temos a Comissão Brasileira de Ufólogos, que em nível nacional
procura receber e investigar casos de OVNIs. Eu sou o atual presidente
da CBU e tivemos muitos casos interessantes.
Quanto aos grupos menores, agora temos cerca de 20 a 30 grupos que conhecemos e estão ativos. Tivemos muitos mais, assim como ufólogos independentes. Hoje há poucos ufólogos que são pesquisadores de campo. A grande maioria prefere fazer seus comentários na frente de uma tela de computador.
RG: Quais são as regiões mais ativas do Brasil para relatos de avistamentos de OVNIs? Quanto aos grupos menores, agora temos cerca de 20 a 30 grupos que conhecemos e estão ativos. Tivemos muitos mais, assim como ufólogos independentes. Hoje há poucos ufólogos que são pesquisadores de campo. A grande maioria prefere fazer seus comentários na frente de uma tela de computador.
TLT: O Brasil como um todo é um hotspot de
OVNIs. Somos um país continental, uma mistura de raças e culturas. Mas,
com base nos casos que recebemos, os estados de Minas Gerais, São Paulo
e as regiões norte, nordeste e centro-oeste são onde há mais registros.
RG: Você já teve algum avistamento de OVNI?
TLT:
Sim, em 1982, quando eu tinha 8 anos de idade. Eu morava no Rio de
Janeiro e vi uma luz vermelha aparecer no céu e descer lentamente para
uma montanha. Um tempo depois, a luz começou a subir, tornou-se mais
clara, fez um movimento de pêndulo e disparou para o espaço.
RG: Depois de 25 anos no campo de OVNIs, que conclusões você tirou sobre a natureza subjacente dos fenômenos OVNIs?
TLT:
Eu ainda não cheguei a uma conclusão sobre a natureza precisa do
fenômeno. O que eu tenho certeza é que estamos sendo visitados por seres
inteligentes a bordo de naves com tecnologia muito além da nossa. A
questão principal não é se estamos sozinhos no universo, porque isto eu
já sei com certeza. O que temos a responder é quem são esses seres, de
onde vêm e o que querem.
RG: Como a ufologia brasileira pode melhorar?
TLT:
Precisamos de novos ufólogos, pessoas capazes de dedicar grande parte
de suas vidas à pesquisa ufológica, mas, acima de tudo, sejam
pesquisadores de campo, detetives ou jornalistas; precisamos de pessoas
que vão diretamente atrás dos fatos; pessoas que passam mais tempo no
campo do que na frente da tela do computador.
No comments:
Post a Comment